terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Consciência pesada

Gente, só eu que fico com a consciência pesada quando estou no ônibus e vem alguém de (não precisar ser muita) idade ficar em pé por ninguém ter a atitude de ceder o lugar? Fico sim, gente. Sexta feira voltando pra casa com um amigo, ele cedeu lugar pra um deficiente e ficou em pé do meu lado. Depois, um senhor em pé. O ônibus cheio, ele em pé. E com outras pessoas em pé, também, aliás. Só que, eu estava com dor de cabeça. Com a mochila do meu amigo (mochila de um ser do exército - mas até que não tava muito pesada) e minha bolsa no colo. E me bateu um pouco dessa consciência. Mas não me fez fazer nada além de encostar minha cabeça e ignorar. Trágico! 
Hoje indo pro curso, madruguei no ônibus, só que... QUEM INVENTOU O HORÁRIO DE PICO? --' Ainda assim, não consegui chegar antes de anoitecer. Campinenses bem sabem como é perigoso uma moça sozinha atravessando o Açude Novo essas horas (e às vezes a qualquer hora do dia, quanto mais da noite). Enfim... Estava eu no ônibus bem sentadinha pensando na vida e uma senhora simpática senta do meu lado. Tinha uma sacola de goma para tapioca em mãos. E ia esfarelando e comentando alguma coisa e outra comigo. Daí chega uma dona com umas sacolas e escrito em sua testa "Estou super cansada, quem será a boa pessoa que fará essa prova de amor por mim?" Dai eu ia descer no próximo ponto e cederia meu lugar. Tava meio difícil sair, eu do lado da janela... Foi quando a senhora do meu lado se ofereceu pra segurar as sacolas da que estava em pé e isso pesou na consciência. Perguntei se ela ia descer no terminal, já que eu ia... Ela disse que não. Pronto, cedi. 
E fiquei em pé, com um livro abaixo do braço e tentando me equilibrar naquele corredor. As pessoas querendo ir pro fundo do ônibus e eu querendo chegar mais próxima da saída (que neste caso era lá na frente). Um homem ficou de costas pra mim e eu pra ele. E não foi agradável isso (por que estou comentando essa coisa?) e por mais chato e irritante que me pareceu minha cidade nesse horário, lembrei-me que poderia ser não duas, mas 10 (ou mais) vezes pior. Lembrei dos ataques lá de homens às mulheres nos metrôs das cidades grandes, etc e tal. Ok que filosofei um pouco, mas nessas horas a gente pensa de tudo. 
Qual foi o próximo passo? Acertou! Sair do ônibus, chegar do outro lado do terminal e correr pelo Açude Novo até meu curso. Com ameaça de chuva. E outras ameaças mais. Porém cheguei, gente. Viva! E sem consciência pesada. Na volta, peguei uma carona de menos de quinze segundos, eu acho. Do curso ao terminal, só pra não ir sozinha. E quando ia descendo as escadas da escola, chovendo, quase caia. O ônibus demorou séculos. Era número 1, sede, fome, cansaço, preocupação e até um pouco de frio. Mas, na volta... Quem sentou do meu lado não foi uma senhora, nem um senhor. Foi um menino bonitinho (feio três vezes?) que se apressou em colocar o fone de ouvido (pelo menos não deu uma de DJ do ônibus) e ignorar minha existência, um palmo de distância. Não queria mesmo! u-u Quando ele levantou pra ir embora, eu já o achava feio... UHAHUAHUAHUAHU, mas é fato!

4 comentários:

Luna Sanchez disse...

Ônibus lotado me dá pânico, Jaque, ainda mais que não tenho senso de equilíbrio algum.

Rs

Beijocas.

Bruno Freire Pedrosa disse...

Interessante como uma coisa que se move num ciclo vicioso tem um arsenal de acontecimentos como estes! Chato as pessoas não sentirem esse peso, Jaque! Chatíssimooooooo!! Eu fico encarando as pessoas que estão em pé para oferecer-lhes o meu lugar, porém quando são jovens eu me ofereço para levar a bolsa... Me sinto tranquilo e bem, pois sempre faço "minha boa ação diária" no ônibus... Alimenta meu ego, me faz feliz e útil... e ainda me sinto mais disposto a encarar o dia... Além de saber que, por um instante, o Super-PAI se orgulhou de mim...

Um big beijo.

Love,

Bruno Freire Pedrosa.

Jaqueline Oliveira disse...

Luna
Então você teria que ter noção do que as pessoas que estudam nas universidades públicas de minha cidade passam. O principal ônibus - temido 333 - já foi adaptado. Há uma grande parte do corredor em que não são mais pares de bancos. Só um mesmo. Pra ficar mais espaço para os estudantes irem em pé. Somente, flor. Trágico, não? :s Nesse caso equilíbrio é questão de prática. rs E eu geralmente tenho pânico de qualquer coisa lotada... rs
Um beijo :*
_______________
Bruno
Justamente, né. Concordo com você. É admirável pessoas que não olham só para o próprio umbigo e agem. Continue com sua boa ação, quando nos encontrarmos, me dê o seu lugar, OK? :) Hahaha <3

Luna Sanchez disse...

Uia, que tenso!

O.O

Pra constar : também não gosto de multidões.

Sou chaaaaaaataaaaaaaaaa...

Beijo, beijo.