quinta-feira, 11 de abril de 2013

À meia noite


Há casos em que se decepcionar faz realmente bem a você. Porque finalmente se nota que expectativas e pré-julgamentos não passam dos significados dos mesmos. É bem ao pé da letra, e a realidade, a realidade é outra. Mais crua e difícil de descer quando se está encantado demais. Mas ainda bem, que sorte a minha, que uma hora ou outra, chega a meia noite e o encanto se vai.  E é satisfeita, convicta e sem receio de errar que não digo sequer "Até logo". 

domingo, 7 de abril de 2013

Da entrega


"Entrega a mim seus medos. Confesse o mais íntimo de ti. Não precisa maquiar verdades, nem se envergonhar pelo que se é. Entrega o que há em minhas mãos e deixe-me seguir ao seu lado, com suas preocupações extintas, porque te ajudarei com elas. Entrega os seus desejos, os seus sentimentos. Partilha deles comigo, deixando-os fluir naturalmente. Mas que não demore."
Entrega, porém, não deve ser vontade solitária, cobrança ou tampouco intimação. Entrega é algo gradativo, exige confiança e confiança leva tempo. Entrega subtende-se por algo espontâneo, voluntário, mas de certa forma conquistado. E essa conquista não está aberta gratuitamente a quem a quiser. Não basta querer. Não é uma via de mão única. É vivência recíproca, é se despir do que muitas vezes se quer esconder, é ao tentar se esconder, se mostrar. Pela verdade conhecida e reconhecida através da confiança conquistada por uma entrega. Entrega que prediz um pouco de fé. E um tanto de amor. Por si mesmo, pelo próximo, pelo todo. Amor que se entrega, amor que se confia, amor que tem o direito de existir, não só porque ele é amor. Mas porque soubemos fazê-lo presente e necessário nas constantes entregas em nossas vidas. Ainda que se demore algumas primaveras para se render, para confiar, para entregar-se por essência, de verdade e por completo.