sábado, 26 de fevereiro de 2011

Entre eu e mim

Em alguns momentos me sinto tão distante de tudo, talvez como um peixe fora d'água querendo apenas respirar de verdade. Algumas vezes é porque quero. Poucas. Mas acontece. Sou sociável, não curto muito ficar sozinha por muito tempo. Mas também sei aproveitar um bom momento comigo mesma. E começo a pensar na vida, refletir mesmo, a 'morte da bezerra', sabe? Isso normalmente se dá quando vou dormir e estou sem sono. Sei lá o quê exatamente o que penso. Mas esse pensar é tão bom... Ainda mais quando acompanha um ótimo sonho.
Outro lugar em que não só penso, mas também observo demasiadamente é à janela do ônibus. Eu quase nunca ando de ônibus. De um tempo pra cá tenho andado mais. E fico olhando as pessoas indo e vindo. Uma correria só. E quando vejo uma pessoa bem tranquila e quieta esperando por algo, não sei por que, mas me faz ficar pensando mais ainda. Não sei explicar isso. Pensamentos entre eu e mim. Meus dois lados avaliando as coisas, outras vezes só com a cabeça bem longe, não ligando muito para as coisas à minha volta. É bem nessa hora mesmo que sinto vontade de fugir.
Fugir e encontrar a natureza, uma rede, um nascer e pôr do sol com pássaros cantando e bichos passando. Sons que me façam relaxar, um cheiro diferente, sentindo o vento me acariciar o rosto de leve e também zunir ao meu ouvido. Queria me desligar uns instantes da rotina e apenas poder descansar sem me preocupar com nada. Tomar um banho numa cachoeira e quem sabe comer umas frutas encontradas pelo caminho. Explorar tudo isso e no fim da tarde, molhar meus pés na beira mar e então, voltar a viajar em minha mente, deitada novamente numa rede, observando agora algo mais puro, natural e belo, que é a vida.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Prefiro ser criança

De fato eu nunca gostei quando 'adultos' vêm até mim e dizem "Como tu é ameninada. Um crianção. Só tem tamanho. Doida!" Quando eu era criança tinha um vazio em mim por não ter com quem brincasse comigo quando eu queria. Cheguei ao ponto de negociar dar chocolate da mercearia se tal pessoa fosse brincar comigo. E me sentia injustiçada por não ter um irmão. Cobrava isso dos meus pais chorando. "Pai, mãe. Eu preciso de alguém pra brincar comigo. Eu vou brincar de escolinha e sabe quem são os meus alunos? Os bancos que eu coloco com a mesinha e fico dando aula pro vento." É, depois que essa fase triste passou, eu me tornei meio violenta (Amanda que o diga). Vou comentar aqui algumas de tantas que aprontei. Já belisquei fulana insistindo pra que fosse brincar comigo, coloquei Amanda ajoelhada no milho porque fui brincar com ela de 'senhor e escravo' (pelo menos dizer que eu não tinha cultura, não pode), fazer Ivone limpar meu vômito quando passei mal. Não me orgulho disso, sério.
Mas onde quero chegar é que eu passei por isso, da fase triste e violenta e fiquei comigo apenas a parte alegre, divertida e espontânea. Por que viver de maneira tão formal com outras pessoas se podemos descontrair? Ser adulto vem fixado a muitas responsabilidades e stress que não nos deixa muitas vezes olhar o simples da vida e sorrir com pequenas coisas da mesma. Não quero uma felicidade marcada no calendário. E tampouco me manter séria e centrada em alguns dias e em outro ser uma 'palhaça'. Eu ainda prefiro o meu jeito, mesmo que outros me digam aqueles comentários que já falei. Sei que terei de aprender que a vida é também algo selvagem. Que tem gente que se importa e outras não. Que falam por trás de você, com inveja de você, querendo te derrubar. Eu apenas acho que é melhor viver com a sinceridade, alegria, inocência e despreocupação de uma criança do que ser um robô com problemas sentimentais.
Ah. E para a minha conformação, me restam os primos queridos. Primos estes que eu os faço me chamar de tia, pedir benção e tudo mais. Mimo, repreendo, dou carinho, ensino e por horas até fico de bico junto com eles. Ser criança e poder conviver também com elas é uma oportunidade para aperfeiçoamento de nosso caráter e me encanta cada dia mais. Só para matar a minha vontade, postarei umas fotos de meus pequenos. *-*


Banho de Samuel em Santo André. rs

Caroline. *-*

Sabrina, coisa fofa. *-*

Evandi, o mais charmoso e sedutor. De mil namoradas. rs

Clarinha linda e meiga. *-*

Foto hilária de Allandson banguelo e ainda mais com esse óculos. rs

Larissa, parte de Sabrina e Joyce.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Que seja doce

Já ouvi essa frase algumas vezes em talvez blog's, fotolog's, orkut's e etc. Mas por eu ser uma pessoa com uma pitada a menos de cultura do que outras, não sei de onde ela veio. Uma música, um poema, pensamento. E nem procurei saber, na verdade. Não me importa.
Compartilhei muitos momentos contigo, passamos meses também compartilhando só a mesma rua. Aquele outro ditado "tão perto e tão longe" hoje mostrou-se por uma atitude sua que estamos seguindo - não sei para onde e que fim levará. Opa, embora eu não queira fim. Amigos mais chegados que irmãos. Confio e creio na sua mudança, em você firme no alvo e ainda podendo contar comigo e eu contigo. É estranho isso e ao mesmo tempo tenho a impressão que estou em casa de novo. Estar com alguém que te conhece ou te conheceu de verdade em alguma época de fato te faz sentir assim ao rever a pessoa. Rever eu te revia muitas vezes. Quanta raiva, mágoa, orgulho e descaso.
Mas Deus agiu. Mas Deus agiu. Mas Deus agiu.
Tenho convicção disso. E você sabe, nós sabemos, nada é em vão. Não quero perder o que esteve por um fio. Quero que você me ajude para ser algo equilibrado, não tão grude e nem tão de distante. No ponto certo, nas horas certas, palavras temperadas. Para trás todo julgamento, cobrança, crítica mal pronunciada - que possa entristecer.
É, eu hoje entendo a frase. Nossa amizade... Aquela velha amizade... Que seja doce!



Mandy. ♥
PS: Como estou melosa, Meu Deus! Aproveite que é só hoje. ;x rs

Quase velha infância

Acho que quase todos que têm algum contato comigo sabem que meu pai tem uma mercearia e que eu sou a funcionária sem carteira assinada dele. rs E num desses últimos dias das minhas férias que infelizmente mais uma vez não aproveitei, estava eu sentada "confortavelmente" no meu tamborete conversando com alguém que realmente não me lembro e chega um moleque moreninho (só quis especificar, não que isso importe) interrompendo quem sabe meu monólogo e com a cara de pestinha querendo se passar por anjo para conseguir o que quer, disse:
- Ei (saiu quase numa súplica), tem uma caixa pra me dar?
E incrivelmente um dia antes chegou os produtos e eu quem pra variar arrumei as coisas e guardei as caixas que prestariam depois pra pôr feira porque as demais damos ao filho da vizinha que - ainda bem que existem pessoas que ajudam o meio ambiente - é catador de lixo.
- Que tamanho mais ou menos?
- É... Pequena mesmo.
Fui pro depósito debaixo das escadas e a primeira caixa que vi foi a de água sanitária brilux. Geralmente caixas de sabão ou derivados não usamos para feira, por pegar cheiro. Mas aquela ainda seria útil. Não ligando pra isso, peguei-a.
- Essa tá boa? Serve?
E quase que eu perguntava pra que era. Pra procurar a melhor caixa que pudesse pra ajudar. Mesmo que eu não reconheci o garoto, podendo ser um dos moleques que ficam correndo pela minha rua, fazendo zoada, jogando pedras, etc. Eu simplesmente perguntei se servia e no mais, ele disse:
- Serve.
Entreguei.
- "Brigado". - Embora num baixo sussurro, mas estava de fato atenta pra saber se ele agradeceria por ela. E sim, ele depois de ter dito, pegou a caixa e talvez atravessou a rua correndo. Essa parte também não me lembro direito.
Alguns minutos depois, ao olhar pro outro lado da rua, quase embaixo de um pé de árvore vi o moleque com mais alguns outros - não contei e não prestei atenção a esse detalhe - com a caixa na cabeça. Brincando de quê? De "boi". E dançava, mexia a cabeça, o corpo, ia pra cima de outro menino. Instantaneamente eu não me arrependi de ter dado a caixa. Eis o motivo: Se fosse meu pai por conhecer mais dos podres dos garotos que ficam por aqui, do jeito que ele também é muito delicado, talvez não desse mesmo. Diria que não tinha. Eu dei a caixa e nem achava que fosse pra isso, mas ao vê-lo brincando e a felicidade dele por ter conseguido a caixa além de sua coragem em vir aqui em casa e pedir... Me alegrei.
E foi nessa hora que pude perceber por "experiência própria" que não é preciso brinquedos caros, passeios, viagens e playstation's da vida para fazer uma criança feliz. Foi na simplicidade do que ele queria e conseguiu que ele viveu ali o que tantas não só crianças, mas pessoas não aproveitam quando tem, não dão valor. Tornam-se egoístas, mesquinhas e ainda assim não conseguem ter bons e marcantes momentos pra viver e relembrar. Pelo menos naquela simplicidade e inocência dele, não. Temos que agradecer pelo que temos e não nos lamentar pelo que não temos. E esse moleque que nem sei o nome, filho de quem e muito menos se reconhecerei ele mais tarde, me mostrou isso.

PS: Como eu não achei como eu queria no Google minha Ex ex-melhor amiga editou pra mim a foto. Thanks, Mandy. *-*

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Hey, I have a question!

Se eu fosse consultar meus avós para responder a essa pergunta, certamente eles me diriam que há diferentes formas de amor. Aquele incondicional amor materno, o fraterno, enfim. Mas saberiam indentificar de que amor vos falo. Se minha falecida vó Jacira pudesse responder, talvez dissesse que em sua vida, pouco viu desse amor. Apenas umas raridades encontradas naqueles casais que estão juntos, suportando um ao outro em amor há mais de cinquenta anos ou quase isso. Talvez ela me desanimaria nessa minha jornada, dizendo que é mesmo difícil encontrar o cara com quem passaria o resto dos meus dias. Até porque bem sabemos como está o mundo hoje, maridos agressivos com suas esposas. Traições, ciúmes, agressões que podem chegar ao assassinato da companheira. Homens aparentemente calmos, amorosos e conscientes. Mas o que vemos ultimamente nos noticiários são tamanhas barbaridades que eles querem justificar dizendo que "foi por amor". Claro, com certeza foi por falta de amor, isso sim.
Voltando ao meu pensamento inicial, não é fácil encontrá-lo, reconhecê-lo legitimamente. Eu, particularmente, não pretendo sair por aí dando chances aos meus "pretendentes". Não funciona assim, tem de ser algo verdadeiro, que flui aos poucos, ao irmos nos conhecendo de fato. Há pessoas que se tornam chatas até para manter uma amizade por sempre baterem na mesma tecla. Não nos dá espaço para sermos apenas amigos e tudo mais. Acho que eles não entendem a complexidade desse sentimento, como ele brota-se, como ele nos faz agir uns com os outros.
"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:7)." Não pretendo desistir nem tão cedo. No seu tempo certo, naturalmente fluirá esse sopro leve, um sussuro confortador, uma sensação pura e sublime, a confirmação de ambos de que não serão mais um para o outro, mas dois numa só carne. "No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor (1 João 4:18)." Consegue entender a grandeza disso? Eu é que não pretendo deixar-me iludir com pessoas que banalizam um "eu te amo", que brincam com os sentimentos dos outros. Porém eu não perderei as minhas esperanças. Enquanto isso, elevo os meus olhos a Deus, e tudo entrego a Deus, ele é meu melhor, nunca estarei só, ele é o meu tesouro maior. ♪

Primeiro sonho

E hoje eu acordei com um susto tranquilo, acho que ainda sorrindo. Pois bem sabemos o quão bom é não ser acordado por nada quando sonhamos o que queremos tornar real há tanto tempo... Primeira vez que você me apareceu enquanto eu dormia. No começo meus pensamentos estavam distantes, envolvia um sonho triste que me deixou perdida no meu silêncio. E cá entre nós, quem não sabe como é difícil isso acontecer? E acho que foi esse meu silêncio o início do que eu não esperava, uma bonança após uma tempestade, talvez. E depois quase não me lembrava do pesadelo. Apenas de você lá comigo, e eu tentando recordar se senti aquele frio na barriga ao confirmar que não era "amor platônico" e sim algo correspondido. Bem que eu queria de fato ter visto o meu olhar de felicidade, de querer literalmente pular e notar como pessoas apaixonadas ficam quando acham que encontraram a pessoa certa. Sabe, ainda que ninguém me acordou, e que minhas lembranças do sonho ficaram apenas em alguns rápidos flash's, acordei sozinha, antes da hora e não consegui mais dormir. O mais assustador foi que eu não caí da cama, não babei, e ao longo do dia fui esquecendo por alguns momentos o que aconteceu. Mas quando de fato despertei, ao te ver outra vez, tive então um meio-frio na barriga. Fui pega de novo desprevenida e quando me lembrei dos meus devaneios enquanto durmo... Apenas pude rir, internamente, mas rir. E compartilhar apenas comigo mesma o que se desenvolveu nesse meu subconsciente, até eu sonhar de novo com você, até eu esquecer, até impossivelmente tornar-se realidade. Pois é, nunca se sabe...