quinta-feira, 28 de abril de 2011

Jardimigo

Com certeza todos já leram um texto em que "o segredo não é correr atrás das borboletas e sim preparar o jardim para que elas venham até você". Já li também numa agenda antiga que "não fazemos amigos, os reconhecemos". Tenho comparado as borboletas aos amigos. Damos alguma atenção e importância a um alguém que quase nunca dá sinal de vida para você, quanto mais saber como foi seu dia, sua semana ou sequer o último mês. Sentimo-las meio distantes, quiçá um pouco isoladas ou ocupadas pela correria. Buscamos contato, fazemos convites, que são respondidos animadamente, mas pela falta de atitude, se esfria tão rápido quanto veio a suposta animação. Eu entendo que de fato há uns amigos que quase nunca encontramos pessoalmente e a Lei de Murphy mostra sua existência ao tentarmos. Mas pela relação e importância que temos pela pessoa, principalmente quando a vemos, falando até que raramente pelo celular ou mais frequentemente pela internet, temos a certeza que é sincero, recíproco e tão simples como quando uma borboleta depois de tanto voar, levemente para. Tomar fôlego? Sol? Apenas uma pausa para continuar seu rumo? A verdade é que não se vive sozinho, precisamos de amigos. E de fato mais sentimos isso em relação ao dia-a-dia, das coisas que vivenciamos e quereremos contar para alguém. Compartilhar pensamentos, vai-e-vem de sorrisos e palavras de conforto quando buscamos, ainda que o silêncio, mas a presença. Se alguém é importante para você, não custa nada fazer sinais de fumaça vez ou outra. Não é tão difícil isso hoje em dia, não é mesmo? Porque eu bem sei que há pessoas na nossa vida que são indispensáveis, vulgo nossos amigos. Uns não vão estar conosco fisicamente tantas vezes, mas pelos que estão me acompanhando nesse voo para não só apenas apreciar a vida, mas vivê-la - e não sozinha, é muito bom saber que existe mais que uma borboleta para se alegrar um ambiente, é o que dá cor a vida. Afinal, o que seria da gente sem a leveza de ter um amigo e fortalecer esses laços no hoje? Ontem já foi. E amanhã, espero que eu reconheça cada vez mais amigos que se escondiam pelo meu jardim.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Enquadrar

Para melhor visualização da foto (acredite, você não se arrependerá - como eu me acho...), é só clicar na mesma. :D

Eu sei que estive sumida da internet, mas o que senti mesmo falta foi de postar aqui. Não sei onde perdi minha inspiração, se caiu e se afogou no açude velho, mas... Estou aqui. E o motivo é justamente esse "cartão postal" da nossa querida cidade da Borborema. Ah, o fato de minha ausência se deu pela falta de tempo fruto de meu novo empreendimento (para quem não sabe, estou fazendo brigadeiros, surpresas de uva e beijinhos para vender) e muito trabalho na universidade - sem falar na mercearia. Passei praticamente três dias rendida a fazer resumo de três apostilas de Teoria da Comunicação II, porque não tinha começado aos poucos desde quando ele passou. O resultado foi que eu perdi reposição de uma cadeira (ainda bem que não é difícil e a professora não é insuportável) e a oportunidade única (ou não) de fazer um passeio pela orla do nosso açude. Para quem não sabe, onde eu moro é dois pulos de lá. Como eu tinha que terminar o resumo que comecei quarta para entregar na sexta, nessa aula de Linguagem Fotográfica, dei prioridade à solução dessa dor de cabeça. Pensando que não seria uma má escolha, de fato, já que o horário e o "clima" do dia em que a turma foi não me é agradável. Já comentei que sou uma pessoa calorenta? Ademais o pessoal foi à pé, sob um sol escaldante e encandeante para fotografar o cotidiano por um olhar diferente de cada um daquele ambiente. Já arrodeei demais. O fato foi que só tive oportunidade de ir fotografar hoje, e meio que obrigada, já que a entrega da foto com o texto é para amanhã. O dia estava nublado, mas não um nublado que como no dia anterior não me deixou ter coragem de ir até lá; e eram quase cinco horas, se não mais um pouquinho. Era agora ou nunca. E antes mesmo de atravessar para chegar naquelas margens, de minha primeira perspectiva do açude, tive a ideia dessa foto. Foi a primeira que fiz de outras poucas. Poucas também porque eu tinha pressa de voltar pra casa e não pude explorar todo o contorno. No fim das contas, achei uma das melhores que tirei. E um olhar diferenciado, principalmente da turma, pelo horário que fui. Essa cara que vende essas cadeiras fica só à tardinha por lá. Ajustei o coqueiro, o céu, prédios e açude, as cadeiras e até o plano da pista. E de fato nem tinha notado a única vivente que estava entrando "timidamente" no enquadramento, mas que depois ao observar, ponto pra mim. O professor explicou sobre fotografar para o ângulo que "a pessoa" está olhando, indo, etc. Sendo a primeira foto, com pressa e com a primeira ideia, e o desespero por uma foto que pudesse explicar meu pensamento... Consegui essa obra e de fato, modéstia parte, amei. Obrigada sinceramente a alguma alma que leu isso tudo, amém! :*