Dia das crianças chegando, feriadão asilando em casa e eu apenas querendo me divertir - ainda que com minhas possibilidades de companhia no momento serem meus primos (sempre crianças) que eu os amo. Enfim, vou começar do começo, certo? Quando criança, eu me espelhava - e ainda me espelho dependendo das circunstâncias - em duas pessoas, uma tia e uma prima. Eram do tipo que quando elas saíam juntas ou sozinhas mesmo, eu queria ir também. Essa lembrança é de fato bem antiga. Então, com minha tia, eu tive a oportunidade de ir pro cinema uma das primeiras vezes de minha vida com alguém da família e que eu tivesse/tenho admiração 'inexpressa' (é uma admiração que é inexistente a maneira de expressá-la, palmas pra mim. rs). Ela me chamou, meus pais deixaram e fomos eu, ela e o namorado (e atual marido) - bacana, sempre gostei, ainda bem.
Onde quero chegar é que eu fui muito feliz por isso e outros momentos também que minha prima me proporcionou. Elas não sabem. Bem... Penso que não sabem. Assim, que até hoje eu lembro, que reconheço, que fez diferença pra mim. Com meus primos é a mesma coisa. Porque se eu já amo crianças e busco de todo jeito fazer com que elas sorriam pra mim combinando um brilho ingênuo e incrivelmente lindo no olhar... Imagine com primos carinhosamente chamados de pirralhos agora mais do que nunca à minha disposição (é que me mudei e tô mais perto deles, anyway...)? Então, ontem eu chamei uma prima minha, de onze anos pra ir comigo, meu amigo (e uma amiga que acabou não indo) ao cinema. A mãe deixou, se preocupou com a indicação do filme (como se eu fosse irresponsável quanto a isso ¬¬) e deu-lhe o dinheiro, o cartão do passe, etc.
Fomos. Lá, duas coisas que me chamaram muita atenção. Uma:
Eu: Larissa, consegue assistir filme legendado?
Ela: Consigo!
No começo do filme, quando passava aquelas cenas rápidas com os créditos ainda, eu pergunto: Tá conseguindo acompanhar?
Ela, super animada e enfatizante: Não, mas tô AMANDO o filme!
Nossa, isso me fez rir MUITO. E me lembrou como é ser criança. rs
A outra coisa, foi que em algum momento do filme, ela me atira: Jaque, perdi meu brinco.
Eu: Espera o filme terminar que quando acender as luzes a gente procura.
E incrivelmente ela tinha perdido o brinco, porque a tarraxinha (que trauma desse nome, eca) tava com ela ainda - a menor peça e mais tensa de se achar.
Filme terminado, chega o cara que sai recolhendo o lixo do cinema. E nos viu procurando, me ouviu comentando sobre o brinco e ofereceu uma lanterna, perguntou se eu queria. Eu me derreti por ainda existir pessoas assim, porque sei lá, se fosse eu talvez, nem me importaria com essas frescuras de menina (ainda que reconheço, mesmo quase não usando brincos por alergia, que há uns que me fariam procurar e chorar -menos- mesmo. rs). Meu amigo se abaixou e foi procurando, ele foi outro que me surpreendeu. Ficando de QUATRO. É, meio tenso. E... Quem achou o brinco? Eu! \o Só que com meus dedos nada delicados não consegui pegar. Enfim, encontramos, devolvemos a lanterna, agradecemos e eu fiquei com uma porção de coisas a respeito na minha cabeça.
Uma é que eu quero e amo ser para minhas crianças merecidamente admirável, fazê-las felizes, proporcionar bons momentos. E, claro, ter a confiança delas como quem confia num super-herói. O predileto de cada uma, continuando eu a guardar o meu cheetos que não comi durante o filme para levar pro Pedro, inventar um bolinho de queijo que deu super errado só para pegar a mão na massa com Joyce - que segundo ela, foi a primeira vez... E tantos mais.
Para encerrar minha admiração e risos espontâneos que estas crianças também me proporcionam... Hoje depois dos bolinhos, faltou energia aqui e eu estava sozinha com Joyce (tem nove anos, bjs) e em um momento ela me solta: Jaqueline, vamos ligar pra polícia pra ela nos ajudar? Desse jeito! Meu Deus, como ri. Até liguei pro meu amigo pra comentar. É que ele também é louco por crianças e me acompanhou com as pérolas de Larissa do dia anterior.
Enfim (pela terceira vez), adiantando aqui... Tenham um feliz dia das crianças. E lembrem-se: Para fazê-las felizes, é só voltar a ser uma também (ou no meu caso, continuar sendo). É tão espontâneo as coisas, como acontecem, fluem, e nos rende histórias incríveis, engraçadas e muitos risos - dos melhores: Aqueles trocados, compartilhados, que foi memoravelmente vivido junto.