sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Germinando

Plantei uma semente dentro de mim. Fiz isso há um tanto de tempo e de maneira quase involuntária. No começo ela não tinha cor. Apenas cheiro. Seu aroma me lembrava contos de fadas. Claro, o que uma ingênua menina poderia mais desejar ter em mãos?
Na verdade, não sentia necessidade de tocá-la. Queria primeiramente vê-la. A sementinha sem cor, certamente meus olhos não enxergavam. Queria poder analisá-la e aos poucos senti-la.
Ao seu tempo... Até que minha visão pudesse discerni-la, aproveitei para imaginar o que faria quando eu estivesse na futura colheita. Esse bem plantado certamente por inocente egoísmo e carinho não iria querer dividi-lo com mais ninguém. Seria quase como meu bichinho de estimação.
Há como alimentá-lo? Ah! Que vã preocupação. Por que complicar se a natureza se responsabiliza disso para mim? Minha contribuição seria ainda no planejar. E desde quando eu pude ver uma frestinha de sua luz, de sua cor e textura... Pude saber do que se tratava. E que ela não precisava chegar a frutificar para eu poder contemplar de seu sabor.
Esse verde, essa sorte, essa fé, essa esperança. Por enquanto fica só comigo. Porque no momento basta que o suave perfume dela te alcance apenas dois dedinhos...

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