sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Em busca do frio

Mais cedo choveu. Depois de um sol tremendo dos últimos dias, minha cidade hoje refrescou-se. E minha programação seria apenas dormir. Uma boa ação do dia que beneficiou umas dez pessoas e alguns compromissos 'desmarcáveis' me fizeram levantar da cama quando estava perto de completar 30 minutos de sono. Aquele sono tão bom... Voltando ao dia chuvoso e não tão quente, não foi suficiente para eu sentir aquele frio que tanto gosto de inverno. Passada a tarde e tudo resolvido vou deixando para trás a lembrança de sete anos da minha antiga escola, ao subir à pé a ladeira até o ponto de ônibus, do lado da Catedral. Lá fiquei esperando sozinha.  E uma mulher loira sentada rindo muito histericamente me irritou um pouco, confesso. Que isso? Nem eu sou assim! Barulho de trânsito numa hora de pico. Faróis altos ofuscando minha vista. E para completar, um carro buzinando continuadamente. Cadê você, ônibus?! Com uma bolsa no ombro (sem minha reserva de garrafinha de água e com sede - além de querer muito usar o banheiro para eliminar a água anteriormente consumida), cartão de passe numa mão e um guarda-chuva batendo no chão, querendo só um pouquinho muita dose de você paciência. Cadê você, ônibus?! A fome já está voltando. Meu corpo esquentou deveras subindo aquela rua. Preciso de um banho. Preciso do frio. Quero respirar aliviada - de tudo! Após mais um tempo, chega minha segunda opção. Ainda que demore mais, pego logo e me sento lá atrás, à janela, sem ninguém do meu lado. Acelera, ônibus! Saiam da frente, carros! Ô, motorista! Vai mais rápido! Isso! Isso meeeeesmo. Vento, vento, vento. Parou. E essa curva, hein? Foi bem na mesma hora que pensei "Como seria bom se ele estivesse aqui comigo". Então meu estômago saltou - e gelou. O frio que eu não sabia que queria, que precisava e era estranhamente tão bom e ao mesmo tempo assustador. Foi o suficiente para descer no ponto errado. Me deixou meio desnorteada. Passei no mercado, comprei rapidamente um biscoito Garoto. Corri até em casa, peguei a chave com a vizinha, sai pro banheiro tirando a roupa e sim! Um banho pensando em... Como é bom tomar um banho nessas horas. No tédio, vou assistir Chaves, Todo mundo odeia o Chris. Me encontro sozinha de novo, ainda. No sofá. Olhadela no meu celular. E nada de você. É isso que se chama saudade? Me faz pensar sem querer assumir que algumas vezes por hoje lembrei de ti, comigo. Lembrei de nós. Quis estar, quis ficar, quis te ver. E o que faço? Vou dormir tentando entender...

2 comentários:

Luna Sanchez disse...

(suspiros)

De todas as vezes que dormi tentando entender (e foram muitas), apenas dormi.

Nada mais.

Um beijo, flor.

Deb disse...

Esse sim arrancou um sorriso de mim. Gosto da maneira que tu escreves. Objetivo, mas com margens a diversas interpretações. De forma pessoal mas que se enquadra a quem lê.
Ê, filosofei e nao falei nada, HAUSHAUS mas eu gostei ;D