Bem, ao ler
Hálito de menta no Blog da Luna, me inspirei um pouquinho e fluiu esse texto. Então dedico a mesma. E espero que realmente goste, apesar do meu toque sempre romântico-apaixonado. :)
Estávamos na varanda de casa, primeiro andar, abraçados na rede azul e quase que paralisados por observar o céu daquela noite. Tipo de coisa que beira à magia quando se vive um momento desses ao lado de quem amamos. Após dez ótimos minutos em sua proteção e carinho, ele me diz:
- Consegue identificar o Cruzeiro do Sul, amor?
Ah como eu me derretia - por mais quente que seja seu aninhar-me nos braços acompanhado de seu hálito de menta - quando ele me chamava de "amor".
- Hum... Acho que perdi essa aula. Vale encontrar um rabisco mais fácil?
Ele aspira o cheiro de shampoo, entrelaça alguns dedos nos cabelos dela, e diz:
- Vale um beijo meu.
Ela sorri e começa a procurar.
Passado um tempo...
Ela: - Ali! - e aponta.
Ele tenta localizar o lugar.
Ela: - Sabe o que é?
- Assim... Aqui? Bem aqui? - apontando também.
- Isso. O que vê aí?
- Amô-ô. Mas você quando não é 8, é 80! Não vejo nada.
Ele vivia utilizando ditados em suas falas. E ela aprendeu um bocado graças a ele. Vez ou outra tentava aplicar em alguma frase. O que não obtia muito êxito. Às vezes se perdia no sentido. Talvez porque o que ela unicamente sentisse fosse ele.
Ela, então:
- Sério, amor? Você tá ficando ruinzinho nisso, hein. Uma ampulheta! E com o tempo se findando.
Ela se acha por esse instante bem esperta. Uma pausa e ele confessa:
- Você me surpreende cada vez mais, meu bem. Que olhar sobre as coisas!
Ela ri, um pouco constrangida pelo comentário e responde:
- Você me acha um pouco lunática?
Ele arqueia uma sobrancelha, entorta o lábio, observando aqueles olhos lindos atentos pelas palavras dele, e diz:
- Um pouco? Sério que um pouco lunática, Luna? Seria até contraditório se não fosse. Oh, amor... Você apenas consegue enxergar outras possibilidades - num modo bem particular - em tudo. Que parecem ir deste plano a outro. Sabe um buraco negro? Te vejo como uma garota com ousadia e coragem na medida Luna para mergulhar no desconhecido. Para saborear os caminhos que seus olhos conseguem encontrar - de fresta a oceano. Mas não te preocupes com isso. Pois bem que eu queria sim, um pouco de sua essência Luna-lunática de ser.
Ela não consegue pensar em nada para responder-lhe. Ele, então, continua:
- É como naquele filme em que o cara viaja no tempo para conseguir mais tempo com a mulher amada.
- Que filme é esse, amor?
- É só um roteiro de como seria o nosso, querida.
Ela se assusta e se encanta ao mesmo tempo com sua piada. Ele termina:
- Não me culpe. Acho que é apenas meu eu-lírico luna-lunática de ser aflorando por eu ter tomado por hoje a minha dose de você.