segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Simplicidade

E num dia nublado, quase qualquer, junto à minha mãe, meu avô e um freguês, pude observar várias borboletas amarelas por minha rua, pelo céu, frente e acima do prédio que minha casa fica por trás. Não muito grandes, talvez nem médias. Acho que pequeninas que estavam em fase de crescimento talvez. Só estou usando a minha imaginação. Porque não dava pra saber ao certo, eram muitas e queria olhar para todas. De fato eu tentava ver para onde elas voavam apressadamente - em bando. Migrando? Borboletas migram? É, realmente em Biologia eu deixo a desejar. Isso nem importa tanto. O fato foi o que eu senti ao vê-las. Um desejo de me movimentar, não apenas os olhos tentando acompanhá-las em suas manobras leves. Mas de segui-las. Não pude fazer isso. Seria bem estranho em plena cidade fazê-lo. Imaginei-me então em um campo florido. Com elas bem destacadas na relva. Num dia de sol com algumas nuvens, um ar fresco. E eu tentando pegar nem que fosse uma. Tocá-la, ver de perto o bater de suas asas, a simplicidade daquilo. O sentimento que essas borboletas deixaram em mim foi o contrário do que meu avô comentou, vendo a seu modo o porquê de tantas borboletas sobrevoarem por aqui. Estiagem com muitos lagartos. Não sei se entendi certo. Também não perguntei, preferi o silêncio e continuar a observá-las até irem sumindo, se perdendo na extensão do céu e dos fios elétricos. Mas o sentimento que ficou em mim foi de sorte. Não sorte por vê-las, se bem que gostei e se gostei não deixa de ter sido uma sorte. Mas eu quis particularmente que fosse sorte. E quando me lembrei da cor ouro, tive a certeza disso. Não me refiro aqui de riqueza material, mas de uma esperança, sorte e riqueza diferente, na alma, no meu espírito. Que se resumia em uma alegria que eu não sabia ao certo de onde vinha. Só sei que alegria é sempre bem vinda...

Nenhum comentário: