sexta-feira, 22 de março de 2013

Do meu eu-lírico


Cansei de imaginar contos e sentimentos expressos em palavras por meio de um alguém que não as sente. Cansei de conseguir facilmente criar uma literatura que de maneira suave arranca alguns sorrisos e reflexões de quem os lê. Reflexões de um alguém que finjo ser, e que se esconde em alguma frase, entrelinha ou imagem a essência do que se é, do que realmente sou, do que na verdade desejo falar. Ou sentir. Deveras é bem melhor um recheio de sensações a vivenciar do que compartilhar mais um "Era uma vez, em uma terra distante"... Porque não quero o que era, mas o que está por vir. Não quero longe, pode ser aqui. Não desejo a facilidade instantânea que fada madrinha pudesse me oferecer. Não requisitei um príncipe encantado num cavalo branco e muito menos que o sapatinho de cristal caiba no meu pé 39. Eu só anseio que ande, galope, corra, mas que chegue... Chegue logo esse tal de "amor". Não os narrados nas histórias de ninar, nos filmes, nas peças, nas músicas românticas. Nem que seja digno de uma novela mexicana. Mas apenas o amor que faça intensamente meu eu-lírico inspirar-se por inteiro de mim mesma. Confessando cruamente minhas verdades - postas em prosa ou rima, do amor que me combina. 

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