Ela seguia lentamente, um passo de cada vez, com sacolas pendendo de um lado a outro. Uma era daquelas bolsas coloridas verticalmente, de feira. Cabelos brancos, baixinha, num sol de meio dia. Ela trazia no olhar baixo e arrastar de pés, uma paciência, uma confiança em algo, algo que eu identifiquei como uma fé - mesmo que eu não saiba sua definição para ela. Ela não tinha medo, ela não se preocupava com nada, além de caminhar - e não importava se demoraria ou não - para algum lugar que eu de fato fiquei curiosa de saber. Tinha uma concentração no seu eu que me focou nela desde quando a vi se aproximando para atravessar a pontezinha do canal perto do Banco do Brasil, ali duas paradas antes de onde eu descia. Quando ela solou o pé na ponte, um homem do outro lado que também ia atravessar e com um saco grande de rolos de papel higiênico, parou. Parou e observou. E quando ela ia terminando a travessia e ele ia seguindo, ainda olhando para trás, para ela, ele voltou. E ofereceu o braço, o respeito, a vista, uma segurança, para agora atravessar a via agitada num horário de pico. E ele não passou com ela na faixa, ele foi abrindo caminho, mas nessa hora não deu para eu ver os detalhes. E o sinal abriu, e eu olhei pro outro lado, para trás... Ela estava quase chegando na calçada, passando por dentre dois carros talvez estacionados no "acostamento". E o rapaz provavelmente continuou seu caminho com os papéis higiênicos e ela... Com suas sacolas coloridas - espelho de sua alma, daquela fé que um dia quero conhecer.
domingo, 21 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Minha paz
Eu não quero muita coisa. Eu não peço muita coisa. Não desejo o impossível. Não sonho sem uma boa pitada de fé e perseverança. Não quero títulos. Tampouco grande reconhecimento. Não espero a vida escorrer ampulheta abaixo apenas observando hipnotizada ao movimento. Sacio minha sede natural, me alimento muito bem. Só que minha nutrição ainda não está perfeita. Você sabe o que me falta. Um lugar aconchegante, onde eu não precise disfarçar quem eu realmente sou. Onde moraria minhas alegrias mais encantadoras. Seria este a medida certa para se entender o outro quase que num sussuro. Sem querer explodir, gritar, vibrar as têmporas, chorar. Eu busco sem mapa, sem instrução, pelo faro tateando pacientemente e com um tanto quase esquecido de lembranças - daqueles distantes dias em que não era tão complicado assim para encontrar de volta a minha paz.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Papéis esquecidos
Voltando com mais uma postagem aqui 'Virou diário', quero dizer que estou sem tempo para a minha inspiração, apesar que ela não tem hora e dia definidos, mesmo que muito ocupada. Enfim, estou me mudando de bairro (não queria, mas agora quero porque não aguento mais a bagunça que tá aqui devido a isso) e então fui organizar meus livros, cadernos antigos e papeladas. Encontrei dois poeminhas da época do ronca e até ri lendo-os. Sou muito crítica com que escrevo e pra gostar de verdade não são todos, não é qualquer um. Mas pra vocês terem uma noção engraçada como eu tive, postarei aqui então. Deliciem-se! É, ou não. rs
Eu quero fazer diferente
Sei que é só entre a gente
O que você decidir será
Apesar que não mudará
Se você me aceitar de volta
O passado não mais importa
Será uma vida de amor
Não mais arrependimento e dor
Saudade sei que você sente
Se me ama pra que mente?
Orgulho não faz parte
Amor é bem mais que uma arte
Sentimento perfeito agora
Antes de você ir embora
Mas até hoje não voltou
E meu pobre coração magoou
Se realmente não me quer
Tentarei seguir sozinha
Um dia me tornarei uma mulher
E esquecerei essa ilusão minha.
Então, gostaram? UAHUAHAHU Agora a outra... Ela é suavezinha. rs
É tão bom ter ouvidos dispostos
Mão que te levante, que te acaricie silencia.
Nada se compara a sensação de quando
Nossa boca consegue transmitir
Um pouco do que está no coração.
Não são todas as pessoas
As quais recorremos e confessamos
E que nos deixam depois disso
Realmente aliviados.
Queremos a melhor forma de apoio possível
Queremos o conselho, opinião, sorriso.
Um olhar, silêncio, abraço longo e forte.
Queremos amigos de verdade
Os que valham a pena
Cada momento triste e feliz
Desentendimentos e reconciliações.
Amigos de uma vida
Amigos de infância, do condomínio, da escola
Amigos que significam a minha força.
Ah! Esses amigos onde estão?
Sim, estão bem aqui, no meu coração.
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