É clichê porque existe uma razão para isso. É clichê porque
é a mais pura verdade. Não há nada como um amor correspondido. Sim, amar e ser
também amado. Mas não falo sobre corresponder um amor, simplesmente. Falo de
como este pode - e no meu caso, é - além de nossas expectativas passadas quando
se pensava no assunto. Ele não apenas corresponde meu amor, ele o demonstra
involuntariamente a cada dia. Esse é o diferencial. Não é forçado, não é porque
tem que ser feito dessa forma ou de outra para agradar, para se desculpar, para
fazer o outro se sentir mais especial. Está nas ações que ele nem percebe que
está transbordando amor. Está na maturidade do relacionamento para lidar com
várias dificuldades, inclusive no simples ato de ceder, de se render e admitir.
Admitir não só as falhas próprias ou os erros cometidos. Pois, no fim, o que se
vê é a admissão, sim, do amor. Quando este acalenta, acalma, anima, persiste,
se mantém. Mantém-se e se mostra presente, forte, persistente - ou quem sabe
teimoso - mesmo quando se tem dúvida de sua paciência ou de seu limite com
nossas fraquezas, abusos e crises individuais. Esse comprometimento de que vos falo é e não é voluntário. O é porque não há como obrigar o outro a amar. E não é
porque, depois que foi cultivado o amor - isso, o verdadeiro e genuíno - quem é
que vai dizer ao coração que esqueça, desista, é complicado, não dá certo? Não
vai adiantar. O que adianta mesmo é a entrega, de ambos, ao confessar de fato o
que já - ou há tempos - explode nos dois. Porque, quando se faz isso, se vive
naquele maravilhoso clichê anteriormente mencionado, que não há quem o
desminta, pois não há realmente nada como a reciprocidade de um amor. Não há
felicidade e remédio para vida maior ou melhor que um amor correspondido - em
todo e qualquer nível deste. Se você o tem, agradeça e mantenha-o por perto.
Ainda que, como acontece comigo, alguns poucos quilômetros longe. Mas não é
algo a se preocupar. Agora faltam apenas dois meses para que eu possa me
enterrar novamente em seus braços e abraços. E esse é o motivo de minha
reflexão, do meu sorriso bobo e um tanto bem reforçado de saudade.